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segunda-feira, 15 de junho de 2015

ANAP e URC promoveram debate sobre a guerra no leste da Ucrânia


Na última sexta feira (12), foi realizado em São Paulo um debate sobre a situação do conflito civil-militar na Ucrânia, bem como a guerra de libertação nacional que ali se desenvolve por parte do povo russo oprimido pela camarilha fascista de Kiev bancada pelo imperialismo norte-americano. Para falar sobre a situação vigente na Ucrânia e sobre as guerrilhas de libertação nacional que se formam nas regiões do Donbass e Lugansk, esteve presente o estudante André Ortega Drumond Filho, que recentemente permaneceu no país por 45 dias como correspondente da Revista Opera, acompanhando de perto o desenvolvimento do processo político local. Compareceram ao evento representantes do Grupo Tortura Nunca Mais, Fórum dos Ex-presos Políticos, Associação dos Anistiados Políticos, Aposentados e Pensionistas de São Paulo (ANAP), militantes da União Reconstrução Comunista, entre outros convidados.

Para aclarar aos presentes o desenrolar do massacre contra o povo russo que é atualmente levado a cabo na região, André Ortega realizou um profundo apanhado histórico desde o processo de constituição da Ucrânia enquanto nação até abordar a situação do país após a queda da União Soviética no ano de 1991. Além disso, o palestrante enfatizou a influência dominante de figuras como o fascista Stepan Bandera, colaborador pró-alemão durante a Segunda Guerra Mundial, nas "manifestações" que derrubaram o governo do presidente Yanukovich e instauraram um regime fascista antirrusso, sob a perspectiva nacionalista de criar uma "Ucrânia pura" e exterminar a população russa que habita várias regiões do país.

O recrudescimento do massacre contra a população russa, acompanhado pelo anticomunismo mais fervoroso por parte das oligarquias ucranianas, se deu a partir de 2 de maio de 2014, dia do famoso "Massacre de Odessa", quando bandos fascistas invadiram um evento político por ocasião da comemoração do 1º de maio e das vésperas da comemoração do 9 de Maio, dia da Vitória, e assassinaram 43 comunistas e demais pessoas que estavam no ato político ao incendiarem o edifício onde estas se refugiaram para fugir dos espancamentos dos bandos fascistas. Entre os assassinados (mortos no incêndio, a tiros, asfixiados ou espancados), estavam inclusive mulheres, crianças e idosos.

Nas regiões habitadas pela população russa na Ucrânia, centenas de milhares de russos se levantaram em manifestações pacíficas contra a chacina perpetrada pelos fascistas ucranianos, manifestações estas reprimidas barbaramente com tanques de guerra e artilharias por parte do governo fascista de Kiev. Diante do recrudescimento da repressão fascista e dos massacres, os mais diversos setores políticos democráticos e progressistas da Ucrânia e das minorias russas começaram a se levantar em armas, apoiando-se principalmente na guerra de guerrilhas contra o agressor fascista bancado pelo imperialismo norte-americano.

A fundação das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk representaram duas grandes vitórias das forças democráticas e patrióticas russas e ucranianas na luta armada, que causaram duros golpes contra as oligarquias locais e atestaram a soberania e autodeterminação do povo russo local.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Nota sobre o massacre de Odessa

A resistência antifascista ucraniana foi vítima, na última sexta-feira, da mais sangrenta agressão já perpetrada desde o começo da crise política naquele país. No dia 02 de maio, elementos da famigerada organização neonazista Setor Direita incendiaram, fazendo uso de coquetes molotovs, a sede dos sindicatos de Odessa, deixando mortos cerca de quarenta e três pessoas que se opunham ao governo fascista e pró-imperialista estalado no poder em Kiev após o golpe de fevereiro. `

Esse ato de extrema violência demonstra o ódio inconciliável das forças antipopulares à crescente resistência patriótica e democrática do povo, que após o vitorioso levantamento da Crimeia cresce de forma irresistível, principalmente no Leste do país. Essa resistência vem desmascarando completamente o caráter ilegítima das autoridades ucranianas, que buscam deslegitimar o movimento democrático, através de um campanha caluniosa, apoiada pela Casa Branca, e baseada na qualificação dos militantes anti-Maydan como agentes russos. Dessa forma, o atual governo de Kiev tem insuflado ainda mais o chauvinismo nacional dos elementos mais reacionários do golpe de Estado e é por isso responsável pelo crime perpetrado em Odessa. 

Essa ação selvagem não aplacará a luta do povo, ela só servirá para aumentar a legítima rebeldia popular e fazer crescer a determinação das massas em varrer de vez o fascismo e o imperialismo da Ucrânia. Manifestamos nosso pesar pelos combatentes caídos em meio a um ato tão repulsivo do fascismo e seguimos nos solidarizando com a resistência democrática, patriótica e antifascista ucraniana. 

Avante militantes anti-Maydan, os povos do mundo vencerão o imperialismo e os fascistas não passarão!

Salvador, 6 de maio de 2014
UNIÃO RECONSTRUÇÃO COMUNISTA

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Nota sobre o Golpe Euroucraniano


Decorridos três meses desde o desencadeamento da crise na Ucrânia, os acontecimentos chegam ao seu auge. O Presidente Viktor Yanukovich é destituído do poder pelo parlamento ucraniano pouco depois da ocupação do palácio presidencial por grupos de opositores. Em entrevista à emissora de TV ucraniana, o presidente denuncia o golpe do qual é vítima.

A deposição de um presidente conservador não foi fruto de um levantamento popular e revolucionário. As manifestações foram desencadeadas na praça da independência de Kiev, em dezembro, logo após a não assinatura pelo governo de um acordo econômico com a União Europeia, e em seguida tomaram um caráter violento. Os líderes da oposição agitaram a arma das manifestações para assustar Yanukovich, mas foram agrupamentos fascistas que tomaram o controle das ações imprimindo-lhe um conteúdo sangrento, russofóbico e antidemocrático. Diplomatas euro-ocidentais e membros de governos compareceram à Praça da Independência, onde se conferenciaram com lideres oposicionistas e prestaram apoio às manifestações, ignorando seu conteúdo de extrema-direita, e ameaçaram a Rússia para que não interviesse nos acontecimentos. A diplomata do Departamento de Estado norte-americano, Victoria Nuland, disse recentemente que os EUA já gastaram US$ 5 bilhões para promover a “democracia” na Ucrânia – o que significa financiar oposições e promover derrubadas de governos que não lhes atendam aos interesses, como se passou em 2004 com a revolução laranja, e volta a acontecer hoje. Três dias atrás, Barack Obama responsabilizou o governo ucraniano pela violência nas ruas. Todos esses fatos mostram o caráter profundamente antipopular dos eventos do “EuroMaidan” – como vem sendo apelidado o golpe ucraniano. Provam que eles são na verdade um complot euro-americana contra o governo atual, visando afastar a Ucrânia da Rússia. 

Finalmente, sem um firme movimento operário e popular, capaz de responder a violência neofascista, e com um governo burguês extremamente covarde, como é o do Partido das Regiões, que se apoiava num parlamento, como se provou, repleto de protofascistas, os golpistas triunfaram. Das eleições emergenciais convocadas em resposta ao golpe não podemos esperar um resultado feliz para o povo. Os acontecimentos desses três meses provaram que não é democrático aquele país que não se livrou completamente da dominação imperialista. Afinal, a democracia ucraniana se mostrou uma mera formalidade removida como um corpo estranho e um inconveniente assim que as decisões do governo soberano passaram a não atender mais aos interesses dos grandes monopólios euro-americanos. A partir daí, os cinco bilhões de dólares do departamento de Estado americano passaram a falar mais alto que as regras do jogo e as tímidas medidas tomadas pelos ucranianos para conter esse bilionário aparelho de poder internacional – como as leis anti-protesto de janeiro –, de nada adiantaram.

Os acontecimentos ucranianos aguardam novos desdobramentos. Julia Timoshenko, falando no último final de semana a uma multidão de manifestantes, não conseguiu animá-los. O ex-presidente encontra-se foragido, pois os golpistas pretendem leva-lo ao sacrifício para atender ao apetite de sangue do fascismo. Na parte Leste do país, a resistência popular prossegue. Nessa região, a classe operária, junto à minoria nacional russa, organizou a resistência às divisões fascistas, hostilizando-as e evitando que as mesmas prosseguissem livremente sua pregação de ódio. A instabilidade das forças que hoje compõem o golpe, a imprevisibilidade dos bandos marginais fascistas, a resistência do Leste e a atual criminalização do antigo governante deixa indefinido o destino próximo do país. Em todo caso, o único caminho acertado a seguir é a manutenção da resistência operária, em aliança com todo o povo contra a proliferação do fascismo, pela defesa da ordem democrática e para denunciar ingerência imperialista no país. Aos comunistas no Brasil e em outras partes do mundo, cabe denunciar o que acontece naquele país e seguir em solidarizar-se com a classe operária ucraniana.

São Paulo, 25 de fevereiro de 2014
UNIÃO RECONSTRUÇÃO COMUNISTA

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Nota sobre os acontecimentos na Ucrânia


Em manifestação reunida ontem na praça da independência de Kiev, na Ucrânia, contra a rejeição a um pacto da UE pelo governo de Viktor Yanukovitch, um grupo, de aproximadamente trinta homens encapuzados lança mão de uma corda para levar ao chão o monumento em homenagem a Lênin. 

Os homens que perpetraram a ação pertencem ao partido de oposição, Svoboda (Liberdade). Eles se autodenominam nacionalistas. Esses “nacionalistas” ucranianos derrubaram a estátua do homem que simbolizou a liberação da Ucrânia da dominação do II Reich alemão e criou o regime social que, anos mais tarde, libertaria o mesmo país do domínio hitleriano, isso em uma manifestação pela adesão da Ucrânia ao domínio neocolonial da famigerada União proto-fascista Europeia.

O partido do Svoboda é na verdade uma organização nazi-fascista, cujo principal ideólogo, Yuriy Myhalchyshym, reivindica o legado teórico de notórios fascistas. As acusações de neonazismo contra essa falange já apareceram mesmo em grandes jornais da imprensa internacional. Porém, agora que um pequeno grupo composto de não mais de trinta homens volta sua ação violenta contra uma dos maiores símbolos do comunismo, toda imprensa burguesa cria em torno disso uma imensa badalação. Diferente do que ocorre em outros países como o Brasil, por exemplo, onde os mascarados são perseguidos não só pelo Estado, mas também pela imprensa, que os acusa de ser um grupo de vândalos em contraposição aos manifestantes pacíficos, os “mascarados” ucranianos são apresentados como legítimos porta-vozes da opinião do povo ucraniano.

Em sua cobertura os meios burgueses querem fazer crer que todas as pessoas que tomaram parte na manifestação desse domingo comungam da ideologia anticomunista. Eles menosprezam o perigo que representa a propagação por esses grupos de sua ideologia fascista entre uma parcela mais ou menos extensa da sociedade ucraniana, através de uma hipócrita retorica nacionalista, que em realidade está em contradição com o verdadeiro projeto patriótico de manutenção das boas relações com a Rússia e oposição aos pacotes econômicos da UE e a abertura de mercado para o Euro. Política indispensável para a manutenção da soberania nacional ucraniana, a defesa dos direitos sociais dos trabalhadores e a segurança da região. 

Mas o fenômeno mais curioso nessa história é como agora os liberais, que investem milhões em propaganda para equiparar fascismo e comunismo, hoje se riem de felicidade pelo ato perpetrado por um grupo de "nacionalistas" (leia-se continuadores do colaborador Nazi Stephan Bandera) ucranianos. Essa é uma velha aliança. São esses políticos liberais da Europa ocidental que estão por trás das perturbações políticas recentes naquele país, inclusive tomando parte direta nas manifestações. Já passaram pela praça da independência o ministro das relações exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, o ex-presidente grego Saakashvili, e chefes da diplomacia de outros países. Esses representantes da UE violam assim a princípio da não-ingerência e estimulam o fascismo, tudo em nome do lucro-máximo dos oligopólios euro-ocidentais.
Esse episódio mostra como o avanço da dominação imperialista está em estreita relação com a escalada do fascismo.

A última crise econômica vivida pelo capitalismo teve como resultado o desencadear de mais uma ofensiva geral do imperialismo sobre os povos do mundo. Hoje o imperialismo lança intervenções armadas contra vários países, financia a subversão contra governos independentes que não se resignam com a perda de sua soberania e os ditames do capital financeiro, removem direitos trabalhistas nas metrópoles e quer cravar definitivamente suas garras sobre as periferias do capitalismo. O produto último desse processo é a mais nova aliança entre imperialismo e fascismo selada hoje na Ucrânia. Por sinal, não é um fato notável que em todos os países que a União Europeia absorva ou tente absorver o fascismo seja um fenômeno ascendente?

Que a espúria aliança entre o imperialismo da UE e o nazi-fascismo do Svoboda tenha centrado seu ódio na imagem de Lênin, um homem que morrera há quase noventa anos, é algo que só pode alegrar a todos os leninistas. Afinal, o que pode engrandecer mais a imagem já colossal deste homem, do que despertar a cólera da pior escoria da sociedade atual? Mas o risco desse fenômeno não pode ser menosprezado. Um espectro ronda a Europa. Mas esse nada tem em comum com aquele anunciado pelo Manifesto do Partido Comunista. Não é fruto da luta revolucionária das massas trabalhadoras, mas a reação mais desapiedada a essa. E esse espectro é da inteira responsabilidade da ditadura do grande capital financeiro internacional e de sua mais recente crise geral. Os povos, que assim como os gregos e ucranianos, veem renascer com mais intensidade esse cadáver mal cheiroso, devem consolidar uma sólida aliança popular em torno da classe operária. Aos povos de todos os países do mundo cabe manter firme a solidariedade com os países vítimas da ascensão fascista. A todos travar a luta sem quartel contra a ofensiva política, ideológica e militar da famigerada aliança imperial-fascista. 

UNIÃO RECONSTRUÇÃO COMUNISTA
São Paulo, 09 de dezembro de 2013